Atualmente, em virtude da globalização, as informações são passadas de forma muito rápida para o mundo todo. Além disso, na contemporaneidade, observamos o fenômeno da fluidez ou liquidez da atual sociedade, porquanto nada é sólido ou conserva forma por muito tempo, tudo é mudança e inconstância, tal como diz o sociólogo Zygmunt Bauman1.

Como diz o livro-texto da UA 16 desta disciplina (p. 03), “este contexto faz com que os cidadãos e as organizações tenham que se reinventar a cada instante”.

Assim, pessoas e empresas necessitam estar em constante sintonia com as novidades dos acontecimentos mundiais em todos os aspectos – social, político, econômico, ambiental etc.

De acordo com a Teoria da Contingência, estudada em Administração, o ambiente externo da empresa (chamado de “ambiente geral” ou “macroambiente”) a afeta de forma direta e indireta2. Segundo este pensamento, o macroambiente é composto de um conjunto de variadas condições comuns a todas as organizações, que podem ser condições podem ser tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas e culturais3, e todas influenciam na atividade empresarial.

Explica Chiavenato que “as condições tecnológicas, econômicas, legais, políticas, culturais, demográficas e ecológicas são fenômenos ambientais que formam um campo dinâmico de forças que interagem entre si” e que possui “efeito sistêmico”4.

Tal ideia se fundamenta na Teoria dos Sistemas, segundo a qual as empresas e as pessoas são sistemas fazem parte de um sistema maior (sua cidade, por exemplo), que faz parte de outro sistema maior (seu estado), que faz parte de outro (seu país), e assim gradativamente. Desta forma, tudo são elementos interdependentes e interagentes que, combinados, formam sistemas, que são subsistemas de outros sistemas maiores5.

Por isso, qualquer mudança em um dos sistemas produz mudança também nos outros (o que a teoria dos sistemas chama de “globalismo” ou “totalidade” 6).

É por esse motivo que todas as pessoas e empresas precisam estar sempre acompanhando as mudanças que acontecem ao seu redor, pois estas são elementos de sistemas maiores, e as mudanças nos sistemas nos quais elas estão inseridas certamente as afetarão.

Entretanto, vários fatores impedem ou dificultam que as pessoas e as empresas se mantenham atualizadas.

Dentre estes fatores, podemos citar, sem esgotar o tema: (I) a falta de tempo e de disposição física e mental; (II) a falta de conscientização acerca da necessidade de estar alinhado com os últimos acontecimentos; e (III) a desatualização dos métodos de ensino formal.

O primeiro fator supramencionado é ocasionado pela rotina estressante pela qual estamos todos submetidos, em que são cada vez maiores a carga horária de trabalho e os compromissos profissionais.

Com muitas horas de trabalho, não sobra tempo para o estudo ou até mesmo para o acompanhamento de notícias através de jornais escritos ou televisivos.

Em seu tempo livre, as pessoas precisam descansar. De tal modo, o descanso passa a ser uma necessidade para a manutenção da saúde física e mental, e não mero componente de lazer.

O segundo fator mencionado é a falta de consciência da importância da atualização.

De fato, as empresas – assim como as pessoas – precisam estar sintonizadas com o mercado, com a política, bem como com demais ocorrências em nível global, pelos motivos já explicitados anteriormente. Todavia, nem sempre seus administradores estão conscientizados da seriedade da necessidade de estar em sintonia com os acontecimentos. Assim, a empresa vai se defasando e, gradativamente, vai perdendo lugar no mercado.

O último fator indicado que contribui para que as empresas e as pessoas se não mantenham atualizadas é a falta de modernização dos métodos da educação formal.

Este fator é citado pelo próprio livro-texto da unidade de aprendizagem nº 16 desta disciplina, em sua página 04:

Outro grande problema é que a educação formal não consegue se atualizar no ritmo que o mercado necessita. Em geral, a forma que ensinamos e aprendemos continua igual a o que era no início do século vinte.

Portanto, em minha opinião, esses são os três principais fatores que impedem ou dificultam que os profissionais e as organizações se mantenham atualizados.


Notas:

1 Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2001.

2 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 513.

3 Idem, Ibidem, p. 514.

4 Idem, Ibidem.

5 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 475.

6 Idem, Ibidem, p. 476.