1. Conceito de Cultura Organizacional:

Explica Chiavenato que cultura organizacional “é o conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições, interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização”1. Em outras palavras, a cultura organizacional consiste no modo como os membros da organização geralmente pensam e fazem as coisas, sendo “normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros da organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais”2.

Ainda conforme Chiavenato, “cada organização tem a sua própria cultura corporativa”, e algumas são conservadoras (rígidas), enquanto outras são adaptativas (flexíveis e maleáveis)3, mas, recomenda o autor que as organizações adotem “culturas adaptativas e flexíveis para obter maior eficiência e eficácia de seus membros participantes e alcançar a inovação necessária para navegar pelas mudanças e transformações do mundo atual” 4.

1.1. Conceito de Culturas fortes:

Culturas fortes são aquelas que influenciam o comportamento e o pensamento das pessoas, e que fazem com que as pessoas acreditem nas metas, prioridades e práticas da organização.

1.2. Conceito de Culturas fracas:

Culturas fracas são aquelas em que as pessoas diferentes têm valores diferentes, de modo que ocorre confusão com relação às metas e valores da organização, podendo ocasionar conflito e baixo desempenho.

2. Componentes da Cultura Organizacional:

2.1. Conceito de Histórias, lendas e mitos:

São narrativas que percorrem a organização oralmente, através de contos de funcionários mais antigos aos mais novos.

A Professora livre-docente na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Maria Tereza Leme Fleury, estudando empresa criada na década de 40, explicita o seguinte exemplo:

“Há um episódio da história da empresa pesquisada (relatado em depoimentos, e não em documentos oficiais) que, a nosso ver, exemplifica bem este processo de construção do herói. A empresa havia negociado um contrato internacional vultoso com um novo comprador e necessitava transportar e embarcar com urgência o produto. A linha férrea estava interrompida e se fosse desobstruída pelos métodos normais perder-se-iam dias preciosos para cumprir o contrato; o gerente toma, então, algumas decisões drásticas para desimpedi-la. Ele pede autorização á diretoria no Rio de Janeiro para efetuar o desimpedimento, mas não espera a resposta e realiza o que acha necessário ser feito. A operação toda é bem-sucedida, a empresa cumpre o seu contrato e, quando a resposta negativa do Rio chega, o produto já estava embarcado, a caminho do comprador.”5

Para a professora, esta história exemplificou os valores subjacentes ao nascimento do herói.

2.2. Ritos, rituais e cerimônias:

Trata-se dos acontecimentos internos da organização, que dão maior visibilidade à cultura. São exemplos: festas de aniversário do mês, premiações, comemorações em determinadas datas (tal como comemorar o dia do advogado num escritório de advocacia).

3. Conceito de Socialização Organizacional:

Socialização organizacional é o modo como os colaboradores (funcionários) são integrados na cultura da organização (é a maneira como eles são envolvidos à missão, visão e objetivos organizacionais, sendo recebidos e apresentados aos equipamentos e colegas, bem como instruídos acerca dos seus direitos, deveres, resultados esperados, cargo que ocupará, responsabilidades do cargo, funcionamento da empresa, importância de sua função etc.).

Segundo Chiavenato, socialização “é o processo de transformar novos funcionários em participantes comprometidos com os valores e tradições da organização”6.

Para o alcance dos objetivos organizacionais, é necessário que a socialização organizacional seja bem realizada.

Alguns dos métodos de socialização organizacional são o processo seletivo, a gradativa atribuição de tarefas cada vez mais complexas (conteúdo do cargo), o acompanhamento de um supervisor, a integração com um grupo de trabalho e a realização de programas de integração.

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NOTAS:

1. CHIAVENATO, IDALBERTO. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 372.

2. Idem, Ibidem.

3. Idem, Ibidem.

4. Idem, Ibidem.

5. In: Estórias, mitos, heróis – cultura organizacional e relações do trabalho. Revista de Administração de Empresas. vol. 27 no. 4. São Paulo. Oct./Dec. 1987. Disponível em: Acesso em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901987000400003&gt;. 02/09/2016.

6. Idem, Ibidem, p. 408.