COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL- FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO INDIVIDUAL – VISÃO BIOPSICOSSOCIAL

Este resumo abrange o conteúdo da atividade 1 dada na UA 3, com conteúdo abrangendo temas das UAs 1, 2 e 3.

CONCEITO DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:

Comportamento Organizacional é uma área do conhecimento que estu­da a influência que os indivíduos, os grupos e a estrutura da empresa exercem sobre o comportamento humano dentro das organizações com a intenção de usar esse estudo na melhoria dos processos gerenciais.

O comportamento organizacional está fundamentado no estudo sistemático do comportamento humano direcionando ações e atitudes dos indivíduos, e de grupos no ambiente organizacionais. Tendo como finalidade atingir produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e promover a cidadania organizacional.

HABILIDADES TÉCNICAS, HUMANAS E CONCEITUAIS:

Ao gestor cabe, planejar, organizar, dirigir e controlar. Para tanto, num processo produtivo, ele deve saber aplicar suas habilidades técnicas, suas habilidades humanas, e ainda suas habilidades conceituais, para obter os melhores resultados e atingir seus objetos com sucesso.

Habilidades técnicas são os conhecimentos no processo produtivo.

Segundo Idalberto Chiavenato, as habilidades técnicas “envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução de técnicas relacionadas com o trabalho e com os procedimentos de realização”1. Desta forma, as habilidades técnicas estariam relacionadas com o “fazer”, com o trabalho com “coisas” (tais como, processos materiais ou objetos físicos e concretos). O autor exemplifica, afirmando ser este o caso das habilidades em contabilidade, em programação de computador, engenharia etc. Por fim, aduz o autor ser relativamente fácil trabalhar com coisas, já que elas são estáticas e inertes, de modo que não contestam nem resistem à qualquer ação do administrador2.

Habilidades humanas consistem no conhecimento para se relacionar com outras pessoas, relacionando-se com interação com pessoas.

De acordo com Chiavenato, essas habilidades se relacionam com o “trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal”, envolvendo a “capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais”3. Ainda nas palavras do autor, trata-se do “saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas”. Os exemplos dados por Chiavenato são “o desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação, sem medos ou receios, e o envolvimento das pessoas”4.

Habilidades conceituais são o conhecimento obtido através do estudo com o objetivo de guiar o gestor para que ele saiba analisar situações complexas.

Leciona Idalberto Chiavenato que estas habilidades “envolvem a visão da

organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com idias e conceitos, teorias e abstrações”5. Para o autor, as “habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos problemas”, representando as “capacidades cognitivas mais sofisticadas do administrador” e que lhe permite “planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver a visão e perceber oportunidades onde ninguém enxerga nada”6. Deste modo, entende Chiavenato que “um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da organização, complementá-las entre si, como a organização se relaciona com seu ambiente, e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela”7.

Explica Chiavenato que a Teoria Geral da Administração é matéria que “se dispõe a desenvolver a habilidade conceitual, embora não deixe de lado as habilidades humanas e técnicas”8.

Por fim, ensina Chiavenato que é importante para o administrador a combinação destas três habilidades supramencionadas9.

OUTRAS DISCIPLINAS NAS QUAIS SE APOIA O ESTUDO DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:

Algumas outras áreas do conhecimento que contribuem para a disciplina do comportamento organizacional são a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia e a Ciência política. Além destas, Chiavenato cita também a Sociologia, a Biologia e a Educação10. Todas elas são ciências sociais, pois “estudam o homem em relação ao seu meio físico, cultural e social”11.

Segundo o livro-texto “O que é Comportamento Organizacional?” da disciplina Comportamento Organizacional da Unidade de Aprendizado nº 01 da FATEC (p. 9-10), a Psicologia pode ajudar, por exemplo, a compreender melhor o comportamento humano individual e coletivo; a Sociologia pode ajudar a entender os conflitos, as relações de poder, as dinâmicas coletivas, cultura organizacional e as mudanças organizacionais; a Antropologia ajuda a entender valores, crenças, atitudes de grupos humanos, influência das culturas de cada grupo na cultura organizacional, dentre outros; e a Ciência Política pode ajudar a entender os conflitos e as políticas que se formam no sistema organizacional.

Além das ciências sociais, Chiavenato ensina que “a moderna Administração utiliza conceitos e princípios empregados” também “nas Ciências Matemáticas (inclusive a Estatística)”, nas “Ciências Físicas (como Física, Química etc.), como também no Direito, na Engenharia, na Tecnologia da Informação etc”12.

DETERMINANTES DO COMPORTAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES:

O comportamento organizacional estuda três determinantes do comportamento das organizações: indivíduos, grupos e estrutura, com o objetivo de que as organizações trabalhem mais eficazmente.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS BIOGRÁFICAS E SUA RELEVÂNCIA PARA O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:

As principais características biográficas são idade, sexo, estado civil e tempo de serviço. Seu estudo é relevante porque facilita as ações gerenciais direcionadas à eficiência e à eficácia da organização. O exemplo dado pelo livro-texto “O que é Comportamento Organizacional?” da disciplina Comportamento Organizacional da Unidade de Aprendizado nº 02 da FATEC (p. 4) é a análise das características biográficas para a contratação de funcionários.

PROCEDIMENTOS PARA MODELAGEM COMPORTAMENTAL DOS FUNCIONÁRIOS:


Os quatro procedimentos da modelagem comportamental são o reforço positivo, o reforço negativo, a punição e a extinção. Estes procedimentos são oriundos do estudo da Psicologia Comportamental, sobretudo do Behaviorismo.

Segundo Largura e Basqueira, “o reforço sempre aumentará a frequência de determinada resposta; nunca diminuirá”13.

Neste sentido, o reforço positivo estaria relacionado com a “soma” da matemática, significando que “o comportamento produziu um estímulo reforçador”. Para Chiavenato, o reforço positivo “é a administração de conseqüências positivas que tendem a aumentar a vontade de repetir o comportamento em situações similares”14. Em outras palavras, reforço positivo é um estímulo agregador (ou positivo) que causa a probabilidade de o indivíduo repetir o comportamento outras vezes.

Largura e Basqueira exemplificam citando um caso hipotético, de uma senhora com dificuldade para atravessar a rua, alguém a ajuda a atravessar, tendo como consequência terem ambos atravessado a rua sem serem atropelados e um sorriso e um agradecimento da senhora à pessoa que a ajudou15.

Já o reforço negativo, segundo Largura e Basqueira, está relacionado com a “subtração” da matemática, significando “que o comportamento eliminou um estímulo aversivo, sendo reforçador para o organismo”. O exemplo citado pelos autores é uma dor no pé, cuja resposta é a retirada do sapato, sendo a consequência a eliminação da dor16.

Punição é a aplicação de um estímulo aversivo para reduzir a probabilidade de determinado comportamento. Pode-se dizer que a punição é como se fosse um castigo.

Por fim, extinção, para Largura e Basqueira, consiste no procedimento de suspender o reforço ou o retorno da frequência do comportamento17.

ANÁLISE BIOPSICOSSOCIAL DOS EMPREGADOS PELO GESTOR:

A análise biopsicossocial é importante porque considera o indivíduo nas suas três dimensões interdependentes e inter-relacionadas, a biológica, a psicológica e a social, que influenciam seu comportamento individual no ambiente de trabalho e, consequentemente, afetam a empresa e os demais funcionários.

Desta forma, esta análise é de suma importância, pois caso não seja considerado o funcionário de modo tridimensional com a abordagem psicossomática, as estratégias de Gestão de Pessoas podem não alcançar, em sua totalidade, os objetivos e metas almejados.

RELAÇÃO DA ANÁLISE BIOPSICOSSOCIAL COM A GESTÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

Tendo em vista sua característica holística, a análise biopsicossocial promove a qualidade de vida no trabalho, pois visa prover o funcionário em todas as suas necessidades (considerando aspectos biológicos, psicológicos e sociais, que, de forma integrada, afetam seu comportamento individual e, por via de consequência, o comportamento de demais funcionários e da empresa).

Assim, a análise biopsicossocial tem forte relação com a gestão da qualidade de vida no trabalho Parte superior do formulário porque este modelo de gestão parte justamente da análise mencionada, a fim de identificar indicadores que a empresa possa realizar para proporcionar satisfação aos trabalhadores do modo mais completo possível, favorecendo os negócios da organização.


Notas:

1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 3.

2 Idem, Ibidem.

3 Idem, Ibidem.

4 Idem, Ibidem.

5 Idem, Ibidem.

6 Idem, Ibidem.

7 Idem, Ibidem.

8 Idem, Ibidem, p. 4.

9 Idem, Ibidem, p. 4.

10 Idem, Ibidem, p. 26.

11 Idem, Ibidem, p. 113.

12 Idem, Ibidem, p. 26.

13 LARGURA, Walmor de Almeida Nogueira; BASQUEIRA, Ana Paula. Análise experimental do comportamento. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010, p. 42.

14 Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 558.

15 Idem, Ibidem, p. 42.

16 Idem, Ibidem.

17 Idem, Ibidem, p. 48.