A globalização consiste em um processo social, econômico, político e cultural em que admite interação entre os países para que haja comunicação, permitindo a efetivação de transações (comerciais, financeiras, investimento e movimento de capital e de pessoas; expansão de conhecimento e de tecnologias). Deste modo, facilitando e acelerando as relações culturais e econômicas entre os países, deixando-as mais rápidas e eficientes.

Ainda, trata-se de um processo que enfrenta desafios que abrangem o mundo todo, abarcando problemas de todos os países como questões sobre poluição, mudança de clima, terremotos, extinção de espécies, secas (e riscos externos no geral). Contudo, tais problemas externos que, aparentemente não possuem relação com o comportamento humano, podem estar sendo agravados pelo processo de globalização devido ao seu impacto com a natureza (na inserção de novos conhecimentos e tecnologias).

Para Lastres e Albagli (1999, p. 20), com a globalização, algumas implicações e desafios para o Brasil foram observadas como: “a perda do dinamismo das economias da região que, com significativo declínio dos investimentos, conduziu a uma perda de posição desses países no comércio internacional”; uma “instabilidade macroeconômica” relacionada com “à crise da dívida e à desorganização das finanças públicas”, afetando os investimentos internos e externos, abarcando impactos prejudiciais “nos esforços em capacitação e desenvolvimento científico e tecnológico” e; “ausência de políticas ativas, particularmente importantes no momento de transição, conforme demonstrado pela experiência dos países mais avançados”.

Tais condições citadas anteriormente são desfavoráveis ao quadro específico brasileiro, pois evidencia, no conteúdo tecnológico e nos arranjos produtivos, determinada fragilidade, além do fator da competitividade que pode ser vista como negativa (também uma das possíveis desencadeadoras de desigualdade), caso não for bem direcionada, estressando o trabalhador, principalmente em setores de alta escala de produção (por exemplo). No entanto, não há apenas aspectos que são negativos, pois seus reflexos na vida pessoal e na vida profissional são variados e determinantes para um bom desempenho, tanto individual quanto do ambiente em que o indivíduo está inserido (como no caso do ambiente de trabalho).

A globalização causa grande impacto social nas áreas da comunicação, do comércio e da liberdade de movimentação. Seus reflexos na vida pessoal de cada indivíduo são percebidos quando o assunto é comunicação e acesso ao conhecimento, pois (com o advento da internet) houve uma ampliação considerável no fluxo de informações, sendo que a limitação mais evidente é a linguística. Portanto, trata-se de uma “era do conhecimento” em que muitas fronteiras são ultrapassadas pela velocidade e facilidade da transmissão de informações e, consequentemente, de conhecimento (LASTRES, ALBAGLI, 1999).

Mais impactos na vida pessoal tem relação com o contato com outras pessoas de outros lugares e, até mesmo de outros países, sendo a barreira da distância não considerada mais como uma problemática. Contudo, com essa forte influência tecnológica, as pessoas direcionam-se cada vez mais para o individualismo, pois antes a relação era mais pessoal do que virtual. Ainda, a identidade era construída nesses termos de comunidade, havendo mais contato com os valores e tradições desta mesma (que estão perdendo, aos poucos, sua força e grau de importância neste aspecto).

No mercado de trabalho, a globalização é facilitadora para que tenha o aumento do uso de novas tecnologias sustentáveis, investimento de pesquisas, desenvolvimento de áreas como a educação (melhorando sua qualidade), contudo, isto depende de uma postura do governo do país.

Com o emprego de novas tecnologias, tanto da comunicação quanto da informação, as possibilidades se ampliam e se acentuam refletindo na vida profissional de todos os envolvidos, havendo a necessidade de atualizar os critérios utilizados sobre produtividade no trabalho. Tendo em vista que, com a significativa mudança para uma economia de informação, novos padrões no ambiente de trabalho foram solidificados.

Neste contexto, para Lastres e Albagli (1999), nota-se que quanto maior a consolidação do processo de globalização no mercado de trabalho, informatizando cada vez mais o processo produtivo, maior será a qualidade do resultado (ou do produto), além de mais capacitação exigida.

Portanto, percebe-se que os impactos da globalização atingem muitos campos, envolvendo várias áreas do mundo (social, econômico, político e cultural) e resultando em um processo cujas implicações são difíceis de serem mensuradas e previstas, podendo acarretar tanto negativa quanto positivamente para uma sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lastres, Helena; Albagli, Sarita. Informação e Globalização na Era do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999.